Por Dr. Alexandre E. Franzin*

Dentre as várias sequelas causadas pela Covid-19, quando voltamos o nosso olhar para o tratamento recebido pelos pacientes graves internados nas Unidades de Terapia Intensiva e Enfermaria Especializada no Hospital Santa Tereza, assistidos por nós, equipe de fisioterapeutas do Hospital, é notório a perda de massa muscular.

A permanência desses pacientes pode estender-se de duas a três semanas, e nos casos mais graves esse período de internação pode ser ainda maior.

Como Coordenadores do Serviço de Fisioterapia, juntamente com Dra. Lívia Akamine, responsável pela Equipe da Linha de Frente no combate à Covid-19, eu Dr. Alexandre Eugênio Franzin, ao lado de toda a equipe, temos discutido e percebido na prática clínica que uma grande parte desses pacientes que tiveram alta hospitalar, recuperados da Covid-19, continuam necessitando de cuidados da fisioterapia respiratória em casa por um certo tempo.

Entendemos que a fisioterapia respiratória iniciada logo após a alta hospitalar seja decisiva para a recuperação do paciente, pois seu pulmão foi afetado por uma “cicatriz” (fibrose pulmonar), alterando assim sua capacidade ventilatória pela falta de oxigenação.

Assim como as lesões que envolvem o sistema respiratório, a perda de peso, as dores musculares, a fraqueza da musculatura dos membros, a desnutrição, a deglutição dolorosa por causa da intubação e sequelas adquiridas no período de internação, também podem retardar a recuperação em meses.

Ainda é incerto dizer quais são todas as complicações adquiridas pelo vírus neste momento, mas é certo dizer que uma grande parte destes pacientes diagnosticados pela Covid-19 necessitam de cuidados multidisciplinares.

Entre as incidências comuns resultantes do coronavírus, estão: a necessidade do uso contínuo de oxigenoterapia domiciliar, sequelas por AVC , trombose, insuficiência renal, perda do paladar e olfato, alterações de memória, medo, transtorno de ansiedade e estresse pós-traumático decorrentes da doença.

A Equipe de Fisioterapia da linha de frente do HST durante a pandemia do coronavírus, visando o acompanhamento da evolução dos pacientes pós alta hospitalar, se colocou à disposição de forma remota repassando orientações de exercícios físicos e respiratórios para o paciente fazer em casa, com a ajuda de seus familiares. Essa modalidade de atendimento é autorizada pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional neste momento importante que estamos passando.

Queremos contribuir com o nosso conhecimento técnico neste período da História juntamente com toda a equipe multidisciplinar do Hospital Santa Tereza no esforço contínuo, 24 horas por dia, na luta para salvar vidas!

*Dr. Alexandre E. Franzin é fisioterapeuta e responsável pela Equipe da Linha de Frente do HST